Uma parte importante (40%) da avaliação desta disciplina é efectuada através de um exame. É necessário passar no exame (com 10 ou mais valores) para ter aprovação na disciplina. Por favor leiam atentamente os seguintes pontos:
O que se pretende
avaliar
O que não se pretende avaliar
Estrutura do exame
Como responder às perguntas
Exames de anos anteriores
Avaliação
O exame tem dois objectivos fundamentais:
Não é um objectivo do exame conseguir que o estudante regurgite a matéria toda da disciplina, nem que se limite aos apontamentos das aulas. Por esse motivo, o exame segue os moldes dos exames universitários ingleses, em que existe uma escolha possível de uma parte das perguntas.
O exame é estruturado da seguinte forma: Existem sete perguntas, distribuidas por 3 secções. É necessário responder a quatro perguntas, sendo pelo menos uma de cada secção. As secções não têm um número igual de perguntas (aliás não podiam, porque sete é um número primo) mas têm no mínimo duas perguntas. A duração total do exame é de duas horas e trinta minutos.
Cada pergunta encontra-se dimensionada para uma resposta individual correspondendo a um texto escrito durante 30 minutos. Sobra meia hora, que corresponde a 7.5 minutos para reler o que se escreveu, por pergunta. Alternativamente, uma estratégia diferente é de utilizar uma parte do tempo para organizar a resposta que se vai escrever, listando os pontos-base a referir, e a ordem em que vão ser referidos (semelhante ao "Outline" no MS-Word). Esta abordagem normalmente resulta num texto mais consistente, organizado e legível. Por favor, não se esqueçam dos seguintes pontos, na sua maioria constatações óbvias:
Como exemplos de exames anteriores, apresentam-se seguidamente quatro exames completos.
Exame da primeira chamada de 1996-97.
Estuários
e Zonas Costeiras 1996-97
Exame 1a chamada
Duração: 2.30 Horas
Responda,
em folhas separadas, a quatro
perguntas: duas da secção A, uma
da secção B e uma da secção C
Secção
A
1.
Ao longo da costa portuguesa existem zonas
de upwelling.
a.
a que tipo de zonas se refere esta afirmação?
b.
Quais as causas e em que consiste este processo?
2.
Examine os diferentes tipos de circulação estuarina traçando perfis verticais
de salinidade. Defina o conceito de tempo de residência da água. Quais são as
limitações a este conceito?
3.
Escreva uma equação descrevendo a forma como o oxigénio dissolvido numa massa
de água superficial varia com o tempo. Faça uma tabela com as componentes mais
relevantes para cada processo envolvido e descreva uma abordagem experimental
para parametrizar dois desses componentes.
Secção
B
4.
Compare a produtividade primária de um estuário e de uma zona de plataforma
com 200m de profundidade em termos de:
(i)
Tipos de produtores
(ii) Taxas de produção (qualitativas)
(iii) "Turnover"
5.
O que é a razão de Redfield? Aponte resumidamente 2 aplicações desta razão.
O
microfitobentos do estuário do Tejo tem uma produtividade bruta anual de 12000
ton C. Considerando uma razão C:N:P de 106:16:1 em átomos, cálcule a massa de
azoto removida anualmente da coluna de água por estes produtores primários.
A
carga de azoto correspondente a um habitante-equivalente é de cerca de 10g N
dia-1 pessoa-1. Qual seria a população correspondente a carga de azoto
removida anualmente pelo microfitobentos?
Secção
C
6.
Refira-se à importância da classificação funcional do biota no sistema bêntico.
7.
Num ecossistema estuarino, considere o compartimento macrobêntico. a. Quais as
variáveis biológicas primárias descritoras desse compartimento? b. Utilize
uma representação gráfica para ilustrar a evolução esperada dessas variáveis
ao longo do eixo longitudinal do estuário. Justifique.
Exame da segunda chamada de 1997-1998.
Estuários
e Zonas Costeiras 1997-98
Exame 2a chamada - 98.02.12 -
13.30h
Duração: 2.30 Horas
Responda,
em folhas separadas, a quatro
perguntas: pelo menos uma de cada secção
1.Quais
as correntes que têm um efeito modelador das costas? Justifique.
2.
Esquematize o comportamento da temperatura na coluna de água em situação de
Verão e Inverno para zonas costeiras, à nossa latitude.
a/ Interprete os seus esquemas
b/ Refira que outros parâmetros estão
directa ou indirectamente relacionados com a variação térmica.
3.
Discuta os factores que influenciam a distribuição de oxigénio dissolvido na
água nas seguintes condições:
(a)
Distribuição longitudinal num estuário na primavera;
(b)
Variação temporal num estuário;
(c)
Distribuição vertical numa zona costeira.
4. Porque é que as proporções de azoto e fósforo dissolvido nos oceanos se mantêm aproximadamente constantes? Como é que essas razões se reflectem na composição do biota marinho? Qual a utilidade dessas relações nas seguintes áreas:
(a) Compreensão dos efeitos de descargas de efluentes domésticos em ecossistemas marinhos;
(b) Identificação de cadeias alimentares de diferentes tipos;
(c) Modelação ecológica.
5. Compare as vantagens e desvantagens de um produtor primário pelágico (fitoplâncton) e uma alga macrófita num ecossistema estuarino e no ecossistema da plataforma continental.
6. De que forma é que o conhecimento do oceano é importante para a compreensão do efeito estufa? Use um diagrama para ilustrar a sua resposta.
7-
Em zonas litorais, os nutrientes necessários à produção primária planctónica
dependem em larga medida de processos bentónicos.
Comente
esta afirmação quando aplicada a ambientes estuarinos.
Exame da primeira chamada de 1999-2000.
Estuários
e Zonas Costeiras 1999-2000
Exame 1ª chamada 2000.01.28 – 14:30h - Duração 2h30m
1.
Descreva os processos que conduzem ao desenvolvimento de correntes de
afloramento costeiro. Porque é que as principais zonas de afloramento existem
na costa ocidental dos continentes (e.g. Mauritânia, Namíbia, California, Perú)?
Porque é que existem normalmente pesqueiros importantes nestas zonas?
2.
Os estuários são normalmente zonas muito produtivas. Explique porquê,
referindo as razões físicas, químicas, biológicas e ambientais.
Secção
B
3.
A relação entre oxigénio dissolvido, carbono, azoto e fósforo no mar é
frequentemente indicada como O:C:N:P = 212:106:16:1 (em átomos). Discuta as
implicações para o funcionamento de um ecossistema costeiro.
4.
Desenhe uma curva P-I, e descreva as suas componentes essenciais. Defina os
conceitos de biomassa e produtividade, e explique a sua variação para
produtores primários pelágicos e bênticos.
5.
Examine o desenvolvimento de um “bloom” de primavera em zonas temperadas,
considerando a importância relativa dos factores físicos e químicos em jogo.
6. Quais são as principais fontes de abastecimento energético do bentos profundo? Examine os processos de transporte de matéria orgânica particulada para as zonas mais profundas, indicando os métodos de estudo que são utilizados para comprender os processos.
Secção C
7.
Considere um sedimento litoral. Que parâmetros descriptores da geoquímica
sedimentar deverá considerar, para explicar a composição e estrutura da
comunidade de macrofauna que o coloniza? Justifique a sua resposta.
8. Como define coesão sedimentar? Quais os factores que influenciam a coesão? Que implicações poderá ter a coesão na química sedimentar?
Exame da segunda chamada de 2002-2003.
Estuários e Zonas Costeiras 2002-2003
Responda, em folhas separadas,
a quatro perguntas: pelo menos uma
de cada secção
Escreva o nome na primeira página de cada resposta,
e rubrique as outras folhas
1.
Descreva os processos físicos que conduzem ao desenvolvimento de
afloramento nas costas ocidentais dos continentes. Qual é a importância ecológica
do afloramento?
2.
Desenhe no mesmo gráfico um perfil vertical de salinidade para três
tipos de estuários: (a) Bem misturado; (b) Parcialmente estratificado; (c)
Cunha salina.
Comente
as diferenças, e as consequências para a circulação estuarina.
Em
qual dos três tipos esperaria encontrar um caudal de água doce mais elevado,
em relação ao prisma de maré. Porquê?
3.
Explique, com exemplos, a diferença entre parâmetros conservativos e não-conservativos.
Quais são os diferentes processos que controlam a distribuição de oxigénio
dissolvido numa água costeira?
4.
Discuta os seguintes temas:
(a)
Apresentação de resultados de oxigénio dissolvido em concentração e
em percentagem de saturação.
(b)
A biomassa de algas macrófitas é normalmente representada em g (peso
seco) m-2, mas a biomassa de fitoplâncton é indicada em mg (clorofila
a) m-3.
(c)
A biomassa de fitoplâncton não é um bom indicador de produção.
5.
Descreva com a ajuda de um diagrama os principais aspectos do ciclo de carbono
no ambiente marinho. Qual é a relevância para a compreensão das mudanças
climáticas?
6.
Porque é que as cadeias tróficas são usualmente mais compridas no mar? Quais
são as consequências deste facto?
7.
Explique, de forma clara e sucinta, como um animal endobêntico pode interactuar
com o meio em que vive.
8.
A maioria das espécies macrozoobênticas apresenta
uma fase larvar no seu ciclo de vida. Quais os factores que condicionam a ultima
metamorfose e a selecção do substrato?
A classificação das perguntas segue tipicamente um esquema como indicado abaixo, tomando como exemplo a pergunta seguinte, do ano 1999-2000:
4. Desenhe uma curva P-I, e descreva as suas componentes essenciais. Defina os conceitos de biomassa e produtividade, e explique a sua variação para produtores primários pelágicos e bênticos.
Sobre 20 valores:
Tema | Nota |
Estrutura da resposta | 3 |
Desenho da curva, com legendagem correcta, unidades se aplicável forma correcta | 3 |
Indicação no desenho de Ik, Iopt, Pmax | 2 |
Definição do declive inicial (rendimento quântico), Ik, Iopt, Pmax | 4 |
Definição de biomassa | 2 |
Definição de produtividade | 2 |
Variação para produtores primários pelágicos e bênticos - Essencialmente esta parte requer a definição do "turnover" ou taxa de renovação de biomassa, e alguma elaboração sobre as razões da diferença entre tipos de produtores (e.g. o tamanho dos organismos, e a necessidade de flutuar na camada iluminada para profundidades maiores do que a zona fótica) | 4 |
Total | 20 |